CUBA –  VIVER ACORRENTADO

Talvez por ser minha primeira grande viagem, as expectativas eram muito altas. Apesar de saber da situação de Cuba, não farei comentários sobre as questões políticas, as quais entendo não caberem neste post, ao menos, neste momento.

Saí de Curitiba com um grupo de oito mulheres. Não se tratava de uma excursão –não sou adepta de excursões, embora considere que elas possibilitam a interação com outras pessoas.

Conhecer Cuba era um desejo antigo. Meu imaginário de adolescente me remetia à figura de Che Guevara.

O voo teve uma conexão no Rio de Janeiro e, após muitas horas, seguiu para outra conexão na cidade do Panamá. As conexões me deixam desconfortável, esperar é uma prática que me aborrece muito.

Na Cidade do Panamá, da mesma forma, houve uma longa espera pelo voo e busquei um local para fazer um lanche. O atendimento no aeroporto panamenho é muito ruim. Aproveitei também para visitar o Shopping Rivera, o qual não me agradou.

O roteiro previsto inicialmente para a viagem incluía de cinco  dias em Varadero Beach e três dias em Havana.

Depois de um longo e cansativo voo, cheguei a Varadero. Quem viaja a Cuba não deve deixar de conhecer este fantástico lugar, com águas quentes, limpas e de um azul inigualável. Varadero é um cenário deslumbrante e perfeito. Fiquei hospedada no Sun Beach Hotel (no sistema all-inclusive), que possui um bar excelente e oferece shows variados e de boa qualidade para os hóspedes.

O atendimento é impecável e o local tem um cardápio bastante diversificado, porém não gostei das refeições, que, para meu paladar, eram um pouco insossas.

Utilizando transporte público local, fui ao Delfinário, onde assisti a um show inesquecível com golfinhos. Visitei também o Parque Jasone e algumas feiras de artesanato local (nada deslumbrante). Ao lado do hotel, havia uma tenda, na qual foi possível comprar perfumes e runs maravilhosos e baratos e também ótimos charutos (nessa viagem, aprendi muito sobre charutos e rum). Os charutos não me entusiasmam, porém o rum é sensacional e, na minha modesta opinião, o melhor do mundo.

Entre os destaques da viagem a Varadero, estão os dois jantares na Casa de Emilio, morador local que prepara refeições para turistas. Nas duas ocasiões, pude conhecer um pouco da vida e da rotina do morador local. A experiência foi inesquecível e, após o jantar, fui presenteada com artesanatos da localidade.

Permaneci por três dias em Havana.

Em razão do calor intenso e do fato de eu ter esquecido no Brasil alguns medicamentos, estava com os pés muito inchados e, em uma visita à Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, conheci um médico, o Dr. Lázaro, que me atendeu ali na praça mesmo e me receitou um remédio. Quis pagar a consulta, mas ele disse que se fosse pego aceitando dinheiro de turista seria preso. Sentindo-me grata, pedi que me informasse seu e-mail e coloquei certa quantia de dinheiro no seu bolso.

De volta ao Brasil, troquei alguns e-mails com o Dr. Lázaro e me notei que ele me escrevia de um e-mail oficial de Cuba, porém com o nome de outra pessoa. Depois de alguns e-mails, ele me pediu uma “ajudinha” e, assim, nunca mais escrevi pra ele. Essa foi a experiência que tive com os médicos cubanos.

Em Havana, fiquei hospedada no Hotel Deville, que considerei muito bom.

O contraste entre a área antiga e parte moderna de Havana chamou minha atenção. Circulando pela cidade, pude perceber, com certa tristeza, a degradação de imóveis seculares e a lamentável deterioração que se sobrepõe à bela paisagem.

Fiz visitas ao Capitólio, à Plaza de La Revolución, ao Memorial José Martí, a oGran Teatro La Habana e à Sorveteria Copélia (tradicional por seus sorvetes que afirmam ser o melhor do mundo, mas do que eu discordo). Conheci também o Hotel Nacional de Cuba, onde se hospedam os milionários e as celebridades. Anexo ao hotel está o Cabaret Parisien, no qual assisti a um espetáculo que não deve nada aos shows de Las Vegas.

A receptividade do povo cubano é calorosa, porém a impressão que tive é que as pessoas se sentem muito vigiadas – como se sabe, isso não é apenas uma sensação.

Pretendo retornar  a Cuba algum dia.